Tupãssi, Santa Helena, Quatro Pontes e Candói aplicaram educação empreendedora em 100% das escolas municipais em 2017

O resultado e a mudança de comportamento são visíveis quando temos crianças estimuladas, desde cedo, a serem protagonistas do próprio futuro. A observação é da Secretária de Educação, Cultura e Esportes do município de Quatro Pontes, Araceli Basso Tauchert, mas poderia ser de tantos outros professores, secretários e coordenadores que incluíram o Programa Educação Empreendedora nos bancos escolares do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental.

Por meio do projeto Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEEP), as crianças aprendem que as características do empreendedor de sucesso refletem não só nos negócios, mas em tudo o que se faz. “O JEPP sensibiliza os estudantes a observar o ambiente onde vivem, identificar oportunidades, assumir riscos calculados e tomar decisões, mesmo em situações desafiadoras”, aponta a consultora do Sebrae/PR e gestora de Educação Empreendedora no oeste, Nara Regiane Reinheimer Pick. Somente nestes quatro municípios são cerca de 20 escolas envolvidas que beneficiam mais de 3,2 mil crianças.

“Percebemos que as crianças encaram o empreendedorismo como um compromisso e passam a ‘empreender’ no dia a dia. Entendem que empreender não é ganhar dinheiro, mas, sim, fazer a diferença mesmo nas suas tarefas diárias dentro de casa, como simplesmente deixar o próprio quarto organizado; até as mais complexas, como planejar o futuro, economizar e não comprar por impulso”, argumenta Araceli Basso Tauchert.

Quatro Pontes, assim como Candói, Santa Helena e Tupãssi, aplicam a metodologia do Sebrae/PR em 100% das escolas municipais. Em Santa Helena, por exemplo, uma lei municipal instituiu o Empreendedorismo como disciplina curricular nas escolas desde 2014. “Já são quatro anos de JEPP dentro da disciplina e a autonomia das crianças tem sido o grande destaque”, afirma Sandra Marli Dillerburger Hittler, coordenadora da disciplina no município.

Sandra complementa que as crianças mudam o comportamento. “Tornam-se mais comunicativas, seguras de si, mais organizadas nas tarefas diárias e planejam mais. Isso se reflete, também, nos pais, que participam das atividades de empreendedorismo na escola, aproximam-se dos filhos e da comunidade escolar, relatam a melhoria dos filhos em casa, sendo mais responsáveis pelas suas atitudes, tarefas e ajudando aos pais”, destaca.

Metodologia

O projeto é aplicado, primeiramente, aos professores que, depois de capacitados, trabalham conceitos e prática com os alunos. “Cada período trabalha com temas específicos: as crianças dos 1os anos com ‘O mundo das ervas aromáticas’; os 2os anos com ‘Temperos naturais’; os 3os anos trabalham a ‘Oficina de brinquedos ecológicos’; os 4os anos com uma ‘Locadora de produtos’; e, por fim, os 5os anos com o tema ‘Sabores e cores’”, detalha Nara Pick.

Para trabalhar em sala, os professores contam com o auxílio do livro do professor e cada estudante, com o livro do aluno. A linguagem do material é adaptada a cada fase da criança, abordando as temáticas de maneira lúdica, com personagens e situações cotidianas que mesclam aprendizado e diversão.

“Esse trabalho culmina com uma feira onde os alunos apresentam o que produziram e aprenderam nos encontros realizados durante o ano. A forma de realizar esta atividade é uma opção da escola e pode ser por meio de mostra, exposição ou feira, com ou sem a venda dos produtos. A venda é um meio de proporcionar aos alunos vivenciar uma experiência real do dia a dia. No encontro seguinte, os alunos realizam a avaliação da feira, falam como se sentiram nesta experiência, identificam comportamentos empreendedores em si e nos colegas e são estimulados a refletir sobre o aprenderam”, destaca.

A feira, na visão da consultora, é um momento rico no processo de aprendizagem para as crianças que relatam mudanças de comportamento, descoberta de habilidades e atitudes empreendedoras (ratificadas pelos pais e professores). “É algo que segue com elas para a vida. As crianças afirmam ter aprendido a ser mais organizadas, a trabalhar em grupo, a calcular e comparar o preço com o valor real de produtos, a economizar, dentre inúmeras outras descobertas”, sintetiza Nara.

Responsabilidade

Para a coordenadora pedagógica de Ensino Fundamental da Secretaria de Educação de Tupãssi, Silvana Cristina Flores, o envolvimento dos alunos com a metodologia ao longo desses anos têm resultado em crianças mais comprometidas, mais responsáveis e autônomas. “Eles chegam a pedir pelas aulas, que são mais práticas e diferenciadas. Mas os reflexos também são perceptíveis nos pais e professores, que ficam entusiasmados com os resultados e se aproximam do ambiente escolar”, argumenta.

Em Quatro Pontes, por exemplo, conforme relata a Secretária de Educação, o tempo de aplicação do JEPP surtiu reflexos, até mesmo, nas escolas estaduais. “Depois de quatro anos de JEPP, hoje temos as melhores turmas já no colégio estadual. O relato veio de professores dessas crianças que, hoje, no Fundamental II, mostram-se mais preparadas e mais responsáveis, entendendo bem do compromisso que têm em estudar”, afirma Araceli Basso Tauchert.

Na opinião da Secretária de Educação de Candói, Andréia Savoldi Teixeira, “os alunos aprendem a construir juntos, trabalhar em grupo, além de que sentem que podem, que têm capacidade para atingir seus objetivos. Tiram muito de pouco, do simples, quando têm vontade. Além de aprender a mexer com a parte financeira, percebem que é só querer para conseguir chegar a um objetivo traçado”. 

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