As micro e pequenas empresas paranaenses que comercializam produtos de origem animal e participam do programa Selo Alimentos do Paraná estão se beneficiando da cooperação técnica entre o Sebrae/PR e a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). A parceria firmada estimula os empreendedores a melhorarem seus processos de produção com base em programas como Boas Práticas de Fabricação, Autocontroles e Garantia da Qualidade, resultando nos consumidores a percepção de profissionalismo e abrindo acesso a mercados de interesse.
Realizado pelo Sebrae/PR, em parceria com a Fecomércio PR, Fiep, Associação Paranaense de Supermercados (Apras) e Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o Programa objetiva a melhoria de processos produtivos, aprimoramento da qualidade e boas práticas de gestão em empreendimentos de micro e pequeno porte do segmento de alimentos e bebidas, dentro do Modelo de Excelência da Gestão (MEG), da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). Todo o processo tem como avaliador o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).
Andreia Claudino, coordenadora estadual de Agronegócios, Alimentos e Bebidas do Sebrae/PR, explica que o programa Selo Alimentos do Paraná tem como premissa a segurança e qualidade alimentar.
“Principalmente nos produtos de origem animal, em que a Adapar é o órgão fiscalizador, sentimos a necessidade de maior aproximação com a agência para minimizar dúvidas quanto à compreensão técnica da legislação vigente”, justifica.
A cooperação técnica ocorre desde 2014, quando o programa Selo Alimentos do Paraná teve início, e permite alinhar ideias e promover cursos técnicos com os fiscais. “Conseguimos estreitar a relação entre o Sebrae/PR e os fiscais para atender melhor as empresas de produtos de origem animal. Queremos que as empresas consigam ter melhor orientação e, assim, atender às necessidades relacionadas à legislação vigente”, resume a consultora do Sebrae/PR.
Inácio Afonso Kroetz, diretor presidente da Adapar, detalha que os estabelecimentos processadores de produtos de origem animal registrados na agência também se beneficiaram da cooperação com o Sebrae/PR, no acesso aos consultores para implantação da legislação de inspeção e fiscalização de produtos quanto ao seu entendimento e atendimento a legislação vigente.
“Programas como Boas Práticas de Fabricação e Autocontroles, por exemplo, além de conferir qualidade, conformidade, sanidade e inocuidade aos produtos, são essenciais para que o fabricante possa garantir a qualidade desses produtos junto aos consumidores e instituições de fiscalização de alimentos. À fiscalização, que é oficial, compete a verificação do cumprimento da legislação pertinente e o fabricante é o responsável direto pela garantia da qualidade dos produtos que oferta ao consumidor”, observa Kroetz.
Para o diretor presidente da Adapar, a parceria com o Sebrae/PR “representa um impulso para a evolução empresarial nas agroindústrias e MPEs que almejam crescimento em bases técnicas e legais no Paraná”.
“O estímulo ao empreendedorismo, às Boas Práticas de Fabricação, Autocontroles, Inspeção Industrial e Sanitária e a Fiscalização, além de proporcionarem crescimento empresarial, conferem a sustentabilidade econômica do empreendimento com o Selo Alimentos, bem como contribuem para a segurança alimentar”, assegura Inácio Kroetz.
Puxando o crescimento
Atualmente, cem empresas estão com o Selo Alimentos do Paraná em vigência e 350 empresas do Estado participam do programa (número total, somando produtos de origem animal ou não).
A Apisommer, empresa de Curitiba que produz e comercializa mel, é uma das empresas com o Selo Alimentos do Paraná que tem se beneficiado da parceria entre Sebrae/PR e Adapar.
O ano de 2018 foi o primeiro ano com o Selo para a empresa do casal Daniela e Paulo Sommer.
“Foi um ano de muito aprendizado. O resultado financeiro ainda é tímido [após a conquista do Selo], mas aprendemos como levar de fato uma empresa, com os parâmetros de gestão focados 100% na administração”, conta Daniela Zaki Sommer.
Responsável pelos setores comercial, administrativo e financeiro, Daniela diz que o programa a ajudou a se enquadrar em todas as legislações que o Ministério da Agricultura estabelece, com custo acessível.
“É muito mais do que simplesmente estar adequada às legislações. O empresário que participa acaba entendendo a empresa como um todo. Não estou no programa para me livrar das fiscalizações, olho hoje para a fiscalização como algo rotineiro. Ter o domínio e o controle de todas as áreas da empresa é fundamental”, testemunha.
Daniela acredita que a jornada está apenas no começo. “Não há limites a chegar, porque é vasto o conhecimento que se adquire para aplicar e fazer a sua empresa ser de fato atraente para o consumidor e competitiva para o mercado. O Sebrae está me ‘puxando’ para crescer”, finaliza a empresária.
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