Maratona contou com 69 inscritos e foi realizada no último fim de semana na sede da Iscal

 

A segunda edição do Hackathon Health Tech 2018, e a primeira organizada pelo Polo de Saúde de Londrina, foi realizada no último fim de semana, na sede da Irmandade Santa Casa de Londrina (Iscal). Treze projetos com soluções tecnológicas e inovadoras para o setor, levantados pela Iscal, em parceria com o Sebrae/PR e Salus, foram apresentados pelos 69 participantes, que contaram com o apoio de mentores ligados às atividades do ramo. Os três projetos finalistas foram Check Life, que ficou em terceiro lugar, AlertDec, em segundo, e LPP Helper, em primeiro.

 

Os inscritos apresentaram soluções de base tecnológica para quatro desafios da saúde, que são a comunicação efetiva; redução do risco de infecções associadas ao cuidado em saúde; uso racional de medicamentos; e redução do risco de danos resultantes de lesões por pressão a quedas. A maratona começou às 18h30 de sexta-feira (23) e foi concluída às 17 horas de domingo (25), com o reconhecimento das melhores propostas. Os três projetos finalistas foram premiados com R$ 2 mil para o terceiro, R$ 3 mil para o segundo e R$ 5 mil para o primeiro colocado.

 

Estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas e membro do grupo vencedor, Celso Luis Estercio Junior, disse que a equipe desenvolveu uma solução para o desafio de reduzir riscos de danos resultantes de lesões por pressão e quedas. Segundo ele, para evitar riscos de lesões, o paciente precisa trocar de posição na cama a cada duas horas. Para isso, eles desenvolveram um sensor para ser instalado embaixo do colchão, que identifica a posição exata do paciente e avisa o enfermeiro responsável sobre o momento da troca por meio de uma notificação em um aplicativo de celular. “A notificação não pode ser cancelada até que seja feita, pois o sensor detecta em tempo real a massa corporal sobre o colchão e existe um ciclo de troca de posição”, explicou.

 

A equipe é formada por mais dois estudantes de Análise e Desenvolvimento de Sistemas e uma aluna de enfermagem, que trabalha na Iscal. “Foi o primeiro hackathon que participei. Havia muitas propostas boas. Estávamos na expectativa de ganhar, mas não esperávamos que seria em primeiro lugar”, confessou. Agora, o grupo que criou a LPP Helper pretende dar continuidade ao projeto para colocá-lo em prática.

 

A consultora do Sebrae/PR, Simone Millan, disse que o evento foi um sucesso, não só pelo recorde de inscritos, mas também pela participação dos mentores de várias partes do País e das instituições que apoiaram a maratona e fazem parte do ecossistema de inovação da saúde de Londrina. “O hackathon integra uma série de ações que vêm sendo desenvolvidas para fortalecer o ambiente de inovação e alcançar o nosso objetivo, que é tornar Londrina uma referência nacional em saúde”, afirmou. Segundo ela, todos os projetos, independente de premiação, serão acompanhados pelo Sebrae/PR.

 

O superintendente da Iscal, Fahd Haddad, adiantou que, em dezembro, o Instituto de Educação, Pesquisa e Inovação (Iepi) do hospital vai abrir um edital para selecionar alguns dos projetos que impactam na segurança do paciente para um processo de pré-aceleração ou aceleração. A intenção é iniciar o trabalho com as startups em janeiro de 2019. “Pelo menos quatro ou cinco devem ser chamados, os mais viáveis neste primeiro momento. Mas não quer dizer que iremos excluir os demais”, explicou. Haddad disse ter ficado feliz com o resultado da maratona pela quantidade de inscritos e qualidade dos projetos apresentados. “Os três primeiros colocados ficaram muito próximos na pontuação, o que indica a qualidade dos trabalhos”, apontou.

 

Segundo o presidente do Grupo Salus, João Claudio Santilli, todas as equipes apresentaram propostas capazes de atender os desafios colocados pela organização. “Todas têm grande chance de evoluir, só dependerá do empenho dos grupos”, garantiu. Muitas das soluções foram criadas com base nos desafios enfrentados pela própria Santa Casa, onde aconteceu a maratona. Santilli lembrou que esse foi o segundo hackathon da saúde em Londrina e o terceiro já está confirmado para 2019. “Estamos conseguindo criar uma cultura de inovação. Precisamos acelerar a quantidade de projetos e soluções e fortalecer esse ambiente para aproveitar a estrutura do CETIS [Centro de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação em Saúde”, que será instalada em breve na cidade”, pontuou.

 

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