Levantamento do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR) mostra que têm aumentado os investimentos no campo eólico e solar em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais. Entre 2016 e 2018, o número de Anotações de Responsabilidade Técnica (ARts) relacionadas a energias alternativas cresceu 378%, passando de 17 Arts para 78 emissões no período. No Paraná, o crescimento foi de 536%.
Desde abril de 2012, quando entrou em vigor a Resolução Normativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) nº 482/2012, revisada pela RN nº 687/2015, o consumidor brasileiro pode gerar sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis ou cogeração qualificada e, inclusive, fornecer o excedente para a rede de distribuição de sua localidade.
“Em Ponta Grossa, de janeiro até o momento, já registramos 48 ARTs de projetos e 37 ARTs de instalação de sistemas de energia alternativas, ou seja, já dá para ver que, neste ano, teremos um número bem maior de sistemas instalados do que no ano passado”, diz o gerente do Crea-PR em Ponta Grossa, o Engenheiro Agrônomo Vânder Della Coletta Moreno.
De olho no mercado, o Engenheiro Civil Bruno Giostri fundou há três anos, em Ponta Grossa, uma empresa de instalação e projetos de sistemas de energia fotovoltaica, proveniente da radiação solar, para a geração de eletricidade. De lá pra cá viu a demanda pela instalação de energia solar triplicar. O interesse maior, segundo ele, é de empresas de pequeno e médio porte – inseridas no grupo B de tarifação da Copel – como açougues, panificadoras e transportadoras. “São empresas em que a energia representa normalmente um custo fixo relevante”, comenta.
Segundo ele, o consumidor, que está pagando aproximadamente R$ 0,80/KWh, conclui que é viável o investimento, após fazer as contas. Além disso, ele acredita que existe uma preocupação nas empresas em tornar a operação mais sustentável através da geração de uma energia limpa, renovável e livre de quaisquer poluentes, chamando a atenção da sociedade acerca dos benefícios ambientais.
O retorno do investimento acontece, conforme o Engenheiro, em até quatro anos para pequenas e médias empresas e de quatro a cinco anos para grandes empresas. Outra vantagem é o baixo custo de manutenção, já que o equipamento tem uma vida útil longa. Ele estima que um consumidor que paga em torno de R$ 300 de conta de luz consegue reduzir para R$ 60 após a instalação do sistema fotovoltaico.
O empresário Tiago Afonso Marenda, proprietário de uma sorveteria em Ponta Grossa, optou pela instalação do sistema fotovoltaico em agosto de 2018. Segundo ele, em função do ramo que atua, a preocupação com o gasto energético pesou na decisão. “Pesquisei quais meios alternativos existiam para a geração de energia, coloquei na ponta do lápis e vi que em três anos eu pagaria o investimento. Além disso, o sistema fotovoltaico é seguro e ecológico”, comenta.
Profissional habilitado
Para a instalação e manutenção do sistema de energia alternativa é necessária a contratação de profissionais habilitados nas áreas de Engenharia. O Engenheiro Eletricista é o profissional indicado para fazer o projeto, que consiste no estudo para implantação do sistema, de modo a garantir o retorno esperado. Há a necessidade de tomar uma série de cuidados na elaboração do projeto, como o posicionamento das placas, o ângulo da incidência da luz solar, entre outros. De acordo com dados do Crea-PR, Ponta Grossa conta com 200 Engenheiros cadastrados na modalidade Eletricista.
Caderno técnico
O Crea-PR possui um caderno técnico sobre Eficiência Energética disponível para download. É só acessar o link a seguir: https://www.crea-pr.org.br/ws/wp-content/uploads/2016/12/eficiencia-energetica.pdf.