Entre os dias 23 e 25 de outubro, será realizado o 48º Encontro Nacional da Indústria de Cerâmica Vermelha junto a Expoanicer, uma exposição de máquinas, equipamentos, produtos, serviços e insumos para o setor. Promovido pela Associação Nacional da Indústria de Cerâmica – Anicer, com o apoio do Sebrae/PR e dos sindicatos de cerâmica da região (Sindicer/PR, Sindicer Norte/PR, Sincosul e Sindicer Oeste/PR), o encontro tem como objetivo promover o debate e a troca de experiências entre empresários, pesquisadores, fornecedores, organizações nacionais e internacionais e consumidores que atuam neste segmento.
A região Oeste do Paraná, em especial, tem destaque na produção da cerâmica vermelha. Observando esse potencial, desde 2004, o Sebrae/PR desenvolve um trabalho de aprimoramento junto às indústrias. Uma delas é a Cerâmica São Luiz, de Pato Bragado. Desde o início dos trabalhos, a empresa cresceu de forma significativa, saltando do patamar de empresa familiar para uma empresa consolidada no mercado.
“Em 2004, tínhamos uma limitação logística e só fazíamos a venda dos nossos produtos para alguns municípios, direto para o cliente final. Hoje, vendemos em todas as cidades da região e outros estados, atingindo também lojas de materiais de construção e construtoras, pois obtivemos as certificações exigidas”, relata o empresário Reinaldo Scherer.
Os resultados, de acordo com o empresário, são advindos, principalmente, das mudanças proporcionadas pelo trabalho realizado junto ao Sebrae/PR. Isso porque, desde 2004, foram realizadas avaliações, auditorias e houveram diversas mudanças de processos a fim de otimizar a produção.
“Percebemos que era preciso investir em automação na produção. Passamos da secagem fixa para móvel, com empilhadeira, o que nos fez avançar em termos de produtividade e diminuição de mão de obra. Com as feiras, exposições, caravanas e visitas técnicas, também pudemos conhecer as novidades do setor. Com a melhoria dos processos, também melhoramos a nossa produtividade. Antes, tínhamos uma perda mensal de produtos em torno de 3%. Hoje, não chega a mais de 0,20%”,relata.
Essas e outras melhorias foram observadas também por outros empresários da região. Por esse motivo, nove indústrias do Oeste se uniram para a criação do Selo Terra Bruta do Paraná, um novo posicionamento de mercado para os produtos cerâmicos da região. Fruto do associativismo entre as empresas fundadoras, o Selo foi desenvolvido durante o Programa de Marketing Territorial, realizado pelo Sindicato das Indústrias de Cerâmicas e de Olarias do Oeste do Paraná (Sindicer Oeste/PR), com apoio do Sebrae/PR, Senai PR e Senai SP.
Os trabalhos envolveram desde melhorias gerais nas indústrias até programas de consultorias, capacitações e missões técnicas, que garantiram mais experiência de mercado a todos os empresários participantes.
No evento, o Selo terá destaque como um case de associativismo e branding, área da comunicação que trabalha com o fortalecimento de marcas. A apresentação do Selo Terra Bruta do Paraná ocorrerá durante o Encontro para empresários de todo o país. O objetivo é mostrar a iniciativa como um exemplo a ser seguido por outros estados.
“O Selo é um case que demonstra, na prática, o resultado da união em prol de um objetivo comum. A ideia das indústrias envolvidas era utilizar os diferenciais da cerâmica da região Oeste do Paraná para conquistar o mercado nacional e, talvez, internacional. Com a chancela, o produto ganha um apelo muito forte acerca do marketing territorial, o que pode servir de exemplo para outras regiões”, esclarece o consultor do Sebrae/PR, Volmir Valentini.
Revolução Digital
Para continuar inovando e aplicar novas técnicas a fim de otimizar a produção, as indústrias da cerâmica terão acesso a uma ampla programação durante o 48º Encontro Nacional da Indústria de Cerâmica Vermelha. Nas palestras, estão temáticas com foco no setor, nos processos relacionados à produção da cerâmica vermelha, no mercado e inovação. Entre os palestrantes, está a coordenadora estadual da Indústria do Sebrae/PR, Adriana Kalinowski, que irá abordar a “revolução digital para a indústria da construção”.
“Vou abordar algumas das novas tecnologias e tendências para a indústria da construção, mostrando startups que estão surgindo e desenvolvendo soluções importantes para o setor, explorando novos métodos construtivos e falando sobre os avanços não só tecnológicos, mas baseados no desenvolvimento de pessoas”, adianta Adriana.
Anualmente, a Anicer realiza o Encontro Nacional da Indústria de Cerâmica Vermelha, momento máximo do setor para os países da América do Sul, contando com expressiva participação de empresários de todos os estados do Brasil, países sul-americanos. Durante os três dias do Encontro Nacional, a Anicer promove palestras técnicas, oficinas e minicursos. Para realizar a inscrição no evento, basta entrar no site e48.anicer.com.br.
No Brasil, o setor da cerâmica vermelha representa 4,8% das indústrias da construção civil e gera cerca de 300 mil postos de trabalho diretos e 900 mil indiretos. Segundo o IBGE/Governo Federal, o setor é constituído por 6.903 empresas, com faturamento superior a R$ 18 bilhões anuais. Todos os meses, são produzidos mais de 4 bilhões de blocos de vedação e estruturais, e 1,3 bilhões de telhas.