O Conselho Regional de Serviço Social do Paraná (CRESS-PR) possui sete Câmaras Temáticas (CTs), espaço destinado para a organização política da categoria e produção de conhecimento sobre diversos espaços de atuação das (os) Assistentes Sociais. Cada uma das CTs trabalha com assuntos específicos, sendo eles Educação, Direito à Cidade, Assistência Social, Direitos Humanos, Sociojurídico e Previdência Social. Nestes espaços é possível discutir questões e dilemas na atuação, defesa e defesa do projeto ético-político das (os) Assistentes Sociais, e debates que abrangem desde o atendimento à população até relações institucionais.
“Os espaços das CTs que têm uma contribuição significativa para materializar a agenda política de luta do Serviço Social e na articulação com a categoria, bem como com coletivos, movimentos sociais e outras profissõess, para incidir na efetivação de direitos. As CTs vinculam suas ações na defesa do projeto ético-político profissional e pautas coletivas de diversas frentes de trabalho de assistentes sociais”, explica Andréa Braga, presidenta do CRESS-PR.
Historicamente, o conjunto CFESS-CRESS se colocou na articulação com movimentos sociais, sindicais e espaços de representação, como fóruns e conselhos de direitos. Nas Comissões Temáticas também é possível debater e construir essas formas de incidência política na sociedade para defesa dos princípios e bandeiras de lutas da categoria.
Segundo Daniela Möller, mestra em Serviço Social pela UFSC, Assistente Social do Tribunal de Justiça do Paraná e Conselheira do CFESS, nos encontros das Câmaras Temáticas é possível identificar e compartilhar questões com outros colegas da mesma área e pensar ações conjuntas de enfrentamento. “Deste modo, são espaços muito ricos de produção de conhecimento sobre a pratica profissional e também para reconhecimento das dificuldades vivenciadas e construção de alternativas coletivas. É um local de aprendizado, trocas e construções”.
“As Câmaras Temáticas foram criadas como espaços de articulação coletiva com o intuito de aprofundamento, discussão, construção de conhecimentos com a categoria de Assistentes Sociais para aprofundar temas relacionados às políticas públicas e de questões referentes ao exercício profissional nos diversos espaços sócio ocupacionais que as (os) Assistentes Sociais se inserem”, enfatiza Andréa.
Cada CT é composta por Assistentes Sociais da base e pode contar também com representantes da diretoria eleita. “Em geral, as Câmaras Temáticas são organizadas de acordo com os campos sócio ocupacionais, como o caso da Assistência Social, Saúde, Previdência, Educação e Sociojurídico, ou por campos mais abrangentes, como a de Direitos Humanos e Seguridade Social”, explica Daniela.
Daniela participou da CT de Direitos Humanos e, em especial, da CT Sociojurídica. “Foi muito importante, a inserção na CT Sociojurídica, por exemplo, passei a ter dimensão da enorme quantidade de questões muito polêmicas e difíceis de enfrentar individualmente nesses espaços que possuem uma hierarquia e uma estrutura muito verticalizada”, conta.
As (os) Assistentes Sociais podem contribuir trazendo para esse espaço suas experiências, suas dificuldades e construindo coletivamente formas de defender as políticas públicas, os direitos sociais e um trabalho com qualidade. “Esse processo contribui para o fortalecimento da sociedade, da profissão e também do profissional, que muitas vezes se sente isolado no seu local de trabalho”, finaliza Daniela.