Assistentes Sociais do Paraná participaram nesta quarta-feira (30), do quinto encontro do curso Questão Urbana e Serviço Social, para debater instrumentos de gestão democrática das cidades. As palestrantes Mauricléia Alves dos Santos, Assistente Social e conselheira do CFESS (Conselho Federal de Serviço Social), e Andrea Braga, conselheira do CRESS-PR e professora de Serviço Social da PUC-PR, debateram a participação dos movimentos sociais na construção de cidades democráticas e espaços de luta pela reforma urbana.
Mauricléia afirmou que os movimentos sociais possuem um papel fundamental na defesa da gestão democrática das cidades. No entanto, ela ponderou que o Estado, muitas vezes, assume e institucionaliza as demandas dos movimentos sociais.
“O Estado promove canais de discussão, espaços que foram institucionalizados, como os conselhos de direito, os orçamentos participativos, as conferências municipais e os planos diretores”, exemplificou.
Ela lembrou que é preciso analisar a gestão democrática das cidades sob a ótica de que a formação social e econômica da sociedade brasileira iniciou com o trabalho escravo em lavouras e latifúndios.
“Uma cidade democrática onde o transporte não chega a determinados lugares? Onde as pessoas têm dificuldades para chegar ao trabalho”, questionou a palestrante.
Para ela, as demandas democráticas numa sociedade capitalista são efêmeras e transitórias. E, exatamente por este motivo, precisam ser combinadas com a luta contra o sistema capitalista.
No mesmo sentido, a professora de Serviço Social Andréa Braga enfatizou o papel dos movimentos sociais na garantia dos avanços de uma gestão democrática das cidades. “Mas precisamos fazer a análise crítica do que envolve o processo de organização coletiva, principalmente dos grupos progressistas. E tendo como destaque a incidência dos coletivos, principalmente do movimento da reforma urbana, no que envolve a promulgação de diversos preceitos normativos”, ponderou.
Andréa reforçou os desmontes nos canais de participação coletiva que ocorreram, durante os últimos anos, na sociedade brasileira.
Para a Assistente Social, este desmonte deixa algumas lições para os movimentos sociais democráticos e algumas ações urgentes, como por exemplo revigorar os trabalhos de base, com as juventudes das periferia, com os movimentos de mulheres, população negra, LGBTQIA+, pessoas com deficiência, indígenas, quilombolas, e trazer a intersecção da democrática da cidade trazendo à tona a questão urbana e rural.
Próximo Encontro
Na próxima quarta-feira (6) acontece o próximo módulo do curso Questão Urbana e Serviço Social. O tema do sexto encontro será: Conflitos Fundiários Urbanos e Movimentos de Luta por Moradia