Dezesseis startups para solucionar problemas e demandas do agronegócio foram criadas durante a 5ª edição do Hackathon Smart Agro, realizada entre os dias 8 a 10 de abril, dentro do Pavilhão Sebrae Smart Agro, no Parque de Exposições Governador Ney Braga, durante a ExpoLondrina. Em 2022, a maratona recebeu recorde de inscrições, com 130 participantes. O evento foi organizado pela Sociedade Rural do Paraná (SRP) e Sebrae Paraná, com apoio do Senai Londrina-PR, governança AgroValley, e parceiros.

A vencedora foi a equipe Koke, formada pelos estudantes do segundo ano de Agronomia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Eduarda Soares de Farias e Luis Henrique Dutra de Souza, e pelo analista de sistemas e estudante do 1º ano de agronomia da UEL, Wesley da Silvia Bento. A startup propôs um modelo de negócio que consiste na venda de uma caixa com os insumos necessários para fazer uma kokedama em casa, com apoio de um aplicativo para que os usuários recebam instruções para a construção e cuidados com a planta.

Kokedama é uma técnica japonesa que consiste no cultivo de plantas ornamentais sem o uso de vasos. Nada mais é do que envolver as raízes de qualquer tipo de planta em uma bola de musgo. Eduarda, uma das integrantes do grupo, conta que conheceu a técnica depois de receber o diagnóstico de esclerose múltipla, aos 15 anos de idade, e apresentar sequelas, como a perda da sensibilidade.

“Quando saí do hospital, fui atrás de terapias ocupacionais e conheci a kokedama. Como a gente mexe com a terra, comecei a recuperar a sensibilidade e trabalhar a coordenação motora fina”, afirma.

Já no início, Eduarda era questionada se venderia as plantas. Então, abandonou o sonho da faculdade de dança para cursar Agronomia, e passou a dar oficinas. Participou do hackathon a convite de um amigo e apresentou ao grupo a ideia, que tem o intuito de levar um pouco do campo para a casa das pessoas, especialmente, as que vivem em grandes centros urbanos e têm pouco contato com a natureza e agricultura.

“Percebemos, na pandemia, que não conseguimos viver 100% no digital. O nosso produto une a tecnologia e a conexão com as plantas, o que gera um equilíbrio”, explica.

O segundo lugar ficou com a Agrometrics, que propôs a oferta de inteligência de dados sobre o uso de maquinário agrícola em campo para as concessionárias. Já o terceiro colocado foi a Continos, que apresentou a proposta de automatizar a contagem de alevinos – peixes que saíram recentemente do ovo e já podem se alimentar no ambiente externo – por meio de uma machine learning. Os três primeiros colocados receberam, respectivamente, R$ 5 mil (1º lugar), R$ 3 mil (2º lugar) e R$ 1 mil (3º lugar).

O consultor do Sebrae Paraná, Lucas Ferreira, afirma que, além do reconhecimento em dinheiro, as startups poderão, agora, avançar com os projetos com apoio do Sebrae, SRP e parceiros, para que as soluções promovam resultados efetivos para o agronegócio.

“Vários outros parceiros, como empresas de tecnologia e cooperativas, sinalizaram apoio aos projetos para que eles tenham condições de validar suas soluções e conectá-las ao mercado”, aponta.

Para o diretor de inovação da SRP, George Hiraiwa, as atividades desenvolvidas dentro do Pavilhão Sebrae Smart Agro foram um sucesso. A principal finalidade do hackathon, segundo ele, é incentivar o empreendedorismo e formar os jovens para investirem seu potencial na criação de startups.

“Neste ano, contamos com uma excelente equipe de mentores, de diversas áreas, pessoas muito capacitadas, entre elas membros de startups formadas aqui dentro, o que demonstra a maturidade do nosso ecossistema”, comemora.

Na avaliação da coordenadora da governança AgroValley, Daiana Bisognin Lopes, o recorde de inscritos nesta edição mostra a importância da retomada dos eventos de inovação.

“Foi emocionante acompanhar a energia das equipes e o empenho dos participantes em desenvolver as ideias”, descreve. Daiana acrescenta ainda que ficou comprovado, nesta edição, que o modelo de negócio criado dentro de uma maratona não precisa ser “super tecnológico”, mas uma ideia inovadora, como a apresentada pelo time vencedor.

Ela confirma a força do ecossistema do agronegócio e cita que, desde a formação da governança, todas as startups criadas em Londrina e região já somam aportes de mais de R$ 50 milhões.

 

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