Que estudante gosta de ser chamado para conversar com a diretora da escola? A resposta é fácil: os alunos da EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Anacleto Campanella, no Bairro Olímpico, em São Caetano. Eles ficam ansiosos para receber o convite do Café com a Diretora, que reúne alunos e equipe gestora da escola para um bate-papo, acompanhado de pão de queijo e bolo.
Mas os temas da conversa não se resumem a amenidades. Assuntos sérios são discutidos: reivindicação de mudanças, solução de problemas de conduta, sugestões de novas atividades. “A gente fala de coisas que podem melhorar na escola”, diz uma aluna, quando a diretora questiona os alunos sobre a finalidade da reunião. “De coisas que a gente gosta e poderia ter na escola”, complementa a colega.
“Queremos que os alunos participem das ações e sejam consultados em suas opiniões e desejos, buscando uma gestão democrática. O Café com a Diretora é uma forma de envolver os alunos nas atividades que ocorrem na escola, na organização e conservação dos espaços e materiais”, explica a diretora, Andréa Moreno Castillo.
Por isso, antes do Café, que reúne uma turma de cada vez, a diretora realiza uma entrevista com os alunos. Eles recebem uma série de perguntas, que abrangem preferências, questões comportamentais e até conflitos com os colegas. “Com base neste questionário, já identificamos crianças com dificuldades de relacionamento e encaminhamos a acompanhamento psicológico”, destaca Andréa.
Nesta quarta-feira (17/5), ocorreu a sexta edição do Café com a Diretora. Foram convidados os 29 alunos do 3º ano A, que chegaram animadíssimos à sala de robótica, onde foi montada a mesa de café. Além da equipe gestora, participaram também funcionários da escola, como o escriturário Heli Roberto da Cunha, a inspetora Lindaura Natal e a servente Simone Souza.
Simone deu um testemunho importante, quando o assunto em pauta foi a limpeza dos banheiros: eles são lavados várias vezes ao dia, garantiu. “Ficam limpinhos”. Mas algumas crianças estão desenhando nas portas e jogando papéis no chão. “Vocês fazem isso em casa?”, pergunta a diretora. A resposta é um forte e uníssono “não!”. Após a conversa, os alunos se comprometeram a cuidar dos banheiros, tornando-se “guardiões” no cuidado dos espaços da escola.
Quando o assunto são as atividades do recreio, as crianças pedem a aquisição de brinquedos como escorregador e balanço. A professora esclarece que esses são mais caros, mas tentará arrecadar verba, com a ajuda da APM (Associação de Pais e Mestres). “A gente pode fazer uma festa”, sugere uma criança. Outra ideia que surge é a doação de brinquedos usados para ficar na escola. Ainda há temas a serem discutidos. Mas, agora, é pausa para o café. Com pão de queijo e bolo de cenoura coberto de chocolate.