Estatística analisada no estado mantém a tendência observada nas regiões do Nordeste e Norte do país, revela levantamento do Sebrae
Um levantamento feito pelo Sebrae, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), revela que 66% dos pequenos negócios no território paraibano são ocupados por empreendedores que se autodeclaram como negros. O percentual observado no estado segue a mesma tendência verificada na região Nordeste, assim como no Norte do país, onde é observada uma participação maior da população negra empreendendo no mercado. No caso do cenário nacional, esse percentual representa 52%.
A mesma estatística se repete no estado quando a pesquisa considera o questionamento do sexo, sendo 66% dos empreendimentos ocupados por homens e mulheres negros. Os números indicados pelo levantamento têm como referência o segundo trimestre do ano de 2022 e consta no material “Empreendedorismo por Raça-cor (e sexo)” divulgado pelo Sebrae.
De acordo com o analista técnico do Sebrae/PB, Antônio Felinto, o apoio prestado pela instituição em fomento aos pequenos negócios transcende aos questionamentos lançados pela pesquisa, porém os dados são importantes para compreender o contexto do empreendedorismo no estado.
“O papel do Sebrae é prestar assistência e incentivar o empreendedorismo, especialmente na realidade dos pequenos negócios. Isso ocorre através de serviços que são disponibilizados e pela atuação de um corpo técnico da instituição, assim como consultores que são contratados para orientar os empreendedores a como montar um plano de negócio, estudar a produção do empreendimento e entender também os processos de gestão”, comentou.
Em todo o país, a média de homens negros que são donos de pequenos negócios é 54%, enquanto o público feminino representa 49%. São considerados negros pessoas que se autodeclaram como pretos ou pardos, conforme estabelece a metodologia aplicada pelo IBGE.
Impacto da Covid-19 – O levantamento apresenta ainda informações do impacto causado pela pandemia da Covid-19 e destaca que os empreendedores negros foram os mais atingidos neste período em todo o país, sendo também os que mais demoraram a se recuperar e que tiveram rendimento inferior 32%, comparado aos donos de pequenos negócios que se autodeclaram como brancos.
Outro aspecto que é analisado pela pesquisa e que reflete em desigualdade é a condição de escolaridade. Os donos de pequenos negócios negros que possuem formação superior representam 13%, enquanto os empreendedores brancos são 32%. Considerando o nível médio, 44% são negros e 39% brancos. Já com relação ao ensino fundamental, a estatística indica 41% como negros e 28% brancos.
A contribuição previdenciária também foi verificada na pesquisa. Na média geral, os empreendedores negros contribuem menos (27%) e os brancos (48%). Conforme os dados, 29,9 milhões de donos de negócio se autodeclararam como negros.