Selo vai atestar a qualidade e a procedência de produtos cerâmicos da região oeste do Estado
Unir forças para aumentar a competitividade no mercado e expandir negócios. Com esse foco, nove pequenas indústrias cerâmicas da região oeste lançaram, na última semana, o Selo Terra Bruta do Paraná, uma chancela que irá atestar a qualidade e a procedência de produtos cerâmicos produzidos na região. A qualidade e resistência em tijolos e telhas, que serão chancelados pelo Terra Bruta, trarão melhor aproveitamento e economia na obra.
O Selo foi desenvolvido durante o Programa de Marketing Territorial, realizado pelo Sindicato das Indústrias de Cerâmicas e de Olarias do Oeste do Paraná (Sindicer Oeste/PR), com apoio do Sebrae/PR, Senai PR e Senai SP. Segundo o diretor do Selo Terra Bruta do Paraná e empreendedor no segmento, em Pato Bragado, Reinaldo Scherer, a partir do momento em que o setor de Construção Civil apresentou baixas significativas, os empresários ceramistas precisaram se unir para rever as estratégias de negócios.
“Percebemos que, caso continuássemos agindo separadamente, a nossa permanência no mercado estaria abalada. Por isso, unimos nossos esforços e, a partir de cada encontro, criamos base para desenvolver o Selo, que funciona como mais uma forma de garantir ao consumidor que os nossos produtos atendem às normas regulamentadoras, respeitam o meio ambiente e se diferenciam em relação aos que não possuem a chancela”, avalia Scherer.
Os trabalhos envolveram desde melhorias gerais nas indústrias até programas de consultorias, capacitações e missões técnicas, que garantiram mais experiência de mercado a todos os empresários participantes. Uma caminhada que, segundo o gerente da regional oeste do Sebrae/PR, Augusto Stein, serve de exemplo para outros setores.
“É um trabalho que reforça a importância da formação de alianças entre instituições, entidades, sindicatos e empresários em prol do crescimento e da expansão dos negócios. O Terra Bruta do Paraná é uma prova de que os empresários ceramistas acreditam na economia e no desenvolvimento da nossa região”, pontua Augusto.
Para o presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, a iniciativa mostra que as empresas entenderam o real significado de união e associativismo.
“Essa iniciativa do Sindicer é uma prova latente do associativismo pleno, porque vemos que houve uma união em prol de um objetivo comum. As empresas participantes são concorrentes, atuam nas mesmas bases e fornecem para os mesmos públicos, mas foram capazes de perceber que a partir do momento em que um produto recebe uma denominação de origem, há maior valorização no mercado. Agora, temos nove empresas que poderão utilizar a nossa terra bruta como um argumento a mais na hora de prospectar novos negócios e conquistar mais clientes”, ressalta Campagnolo.
Terra Bruta do Paraná
A iniciativa de reunir indústrias ceramistas para a criação de um Selo que ateste a qualidade dos produtos, segundo o presidente da Associação Nacional das Indústrias de Cerâmica (Anicer), Natel Moraes, é inédita no País. A partir disso, Moraes destaca que outros empresários poderão ser motivados e o otimismo poderá regressar ao segmento.
“Com o Selo Terra Bruta do Paraná, os empresários certificados poderão trabalhar de forma alinhada. Essa união vai facilitar a compra de insumos de forma reduzida, oportunizar a troca de experiências e informações entre eles e tudo isso vai se resumir na diminuição dos custos de produção e no aumento de vendas aos consumidores finais”, evidencia Moraes.
Outro fator destacado a partir da criação do Selo Terra Bruta do Paraná, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Cerâmicas e de Olarias do Oeste do Paraná (Sindicer Oeste/PR), Margon Milton Strassburger, é o resgate a cultura milenar da cerâmica que, hoje, concorre com outras tecnologias na construção civil.
“Iniciamos o nosso projeto em 2005 e, desde o início, sentimos que, já na faculdade, os profissionais das áreas das engenharias e arquitetura, por exemplo, são motivados a usar o concreto para tudo. Com o Terra Bruta do Paraná, poderemos transpor as barreiras do mercado, para propor ações de marketing que levem os nossos produtos às instituições de ensino, resgatando a cerâmica, que é milenar e faz toda a diferença em questões como isolamento térmico, acústico, durabilidade e resistência”, conclui.
Até o momento, as empresas já certificadas pelo Selo Terra Bruta do Paraná, são: Cerâmica Havai, de Santa Helena; Cerâmicas Itaipu, Três Lagoas e Santa Rita, de Foz do Iguaçu; Cerâmica Itaipulândia, Beira Lago e Missões, de Itaipulândia; Cerâmica São Luiz, de Pato Bragado e Cerâmica Stein, de Entre Rios do Oeste.