No dia 5 de outubro é comemorado o Dia da Micro e Pequena Empresa. Para celebrar a data, a Regional Sul do Sebrae/PR promoveu o seminário “Novos Modelos de Negócio”, em Pato Branco. Representantes de 80 empresas da região Sudoeste acompanharam as palestras dos consultores Arthur Igreja (conselheiro estratégico, palestrante e professor da FGV-RJ) e do Enrico Cietta (economista italiano, especialista em regiões industriais e em indústrias criativas).

As empresas que estiveram presentes no seminário têm um histórico de participação junto ao Sebrae/PR, em atividades relacionadas ao empreendedorismo, projetos setoriais (como Tecnologia da Informação e Confecções), de alto potencial e também ligadas aos Agentes Locais de Inovação (ALI).

O gerente da Regional Sul do Sebrae/PR, Cesar Giovani Colini, ressalta que um dos objetivos da realização do seminário é buscar ainda maior aproximação com as empresas clientes.

“Outro objetivo é levar aos empresários temas atuais e mostrar novas oportunidades. Queremos também despertá-los para a realidade dos fatos. Hoje, a inovação é obrigatória”, alerta o gerente do Sebrae/PR.

Inovar ou inovar
Apesar de abordarem conteúdos diferentes – Igreja falou sobre modelos disruptivos e Cietta abordou os conceitos do modelo de negócios para inovar – ambos concordam que a inovação é fundamental para a sobrevivência das empresas. E que não existe uma fórmula pronta para tanto.

Arthur Igreja ressalta que o mundo nunca passou por uma transformação tão grande, que está muito mais fácil empreender e apresentou dados das empresas que mais crescem no mundo, todas elas com modelos inovadores de negócio.

“Inovar não é mais uma vantagem competitiva, é competência básica empresarial, como finanças ou gestão de pessoas”, vaticina. Igreja conclui ainda que não há um modelo único de sucesso. “A inovação está intrinsecamente ligada ao autoquestionamento. Se você segue uma receita, você deixa de se questionar”, alerta o professor da FGV/RJ, que já visitou 25 países.

Para Enrico Cietta, o conceito de modelo de negócio ainda é muito difícil de ser entendido.

“Imediatamente se pensa em grandes decisões estratégicas. Na verdade, tem a ver com as pequenas decisões que o empresário toma a cada dia, de acordo com os desafios que encontra”, reflete.

O especialista italiano observa que muitos empresários conhecem pouco seus próprios negócios e que é preciso, inicialmente, definir o modelo.

“Não é simplesmente uma questão de processo. Qual é a visão do meu modelo de negócio?”, pergunta Cietta, acrescentando que “modelo de negócio é uma alavanca para inovar nas empresas, é uma forma de transformação em relações às alterações no mercado”.

Fazer diferente
Maristela Bodanese Teixeira de Lima, sócia-proprietária da Bonaconchego, empresa de móveis de Chopinzinho, foi uma das participantes do seminário. Preocupada em preparar-se para o futuro, a empresária relata que está sempre em busca de mais informações.

“Desde o início da empresa, há nove anos, procuramos inovar. Mas, procuramos melhorar o que já existe. E isso não é inovar. O seminário foi produtivo, pois mostrou que é preciso buscar formas de fazer diferente, seja nos produtos ou na relação com os clientes”, resume Maristela.

Patrick Silveira, gerente de comércio eletrônico da Zariff, empresa especializada em calçados de Francisco Beltrão, também está em busca de formas diferentes de se relacionar com os clientes.

“Vender pela internet já não é mais inovação. Estamos buscando novas formas de inovar, pensando nas novas gerações que estão chegando”. Patrick revela que a empresa tem investido no conceito de compartilhamento de ideias entre as equipes, buscando maior sinergia.

“Também estamos investindo em atendimento diferenciado. Vendemos sapatos de casamento e nossa equipe até já recebeu convite para a cerimônia em função da experiência de compra”, exemplifica.

SEBRAE/PR 45 ANOS
O Sebrae/PR comemora este ano quatro décadas e meia de atuação em defesa dos pequenos negócios. As micro e pequenas empresas representam 98,5% do total de empreendedores no Brasil, respondem por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) e geram a maioria empregos no país. No Paraná as micro e pequenas empresas correspondem a 97% das empresas do Estado e geram 90% dos empregos formais, neste momento. Formalização, inovação, redução da burocracia, ampliação do acesso ao crédito, educação empreendedora e melhoria do ambiente legal fazem parte do compromisso do Sebrae/PR com os micro e pequenos negócios.

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