Dados indicam ainda que 44% dos donos de pequenos negócios costumam guardar o dinheiro em conta poupança
Um levantamento produzido pelo Sebrae aponta que 35% dos pequenos negócios da Paraíba não conseguiram poupar dinheiro no período dos últimos seis meses. O indicativo consta na segunda edição da “Pesquisa Hábitos de Uso de Produtos Financeiros” e coloca os empreendimentos deste segmento com atuação no estado entre os que menos conseguiram economizar em todo o país.
Com o mesmo percentual identificado na realidade dos pequenos negócios que atuam no território paraibano, aparecem Alagoas (35%), seguido do Piauí e Mato Grosso do Sul (37%) e Bahia (38%). Já entre os estados com empreendimentos que conseguiram uma maior economia neste período, destacam-se Roraima (53%), Amazonas (52%), Rio Grande do Sul (51%), Santa Catarina (50%) e Maranhão (49%).
De acordo com o analista técnico do Sebrae/PB, Antônio Neto, a compreensão do contexto financeiro retratado pelo levantamento demonstra uma realidade que vai além das consequências causadas pelo ambiente econômico. “Quando analisado o extrato da Paraíba nesta pesquisa, podemos observar a volatilidade dos empresários quando o assunto é finanças, não apenas no aspecto empresarial, mas também pessoal, uma vez que foi considerada na pesquisa o comportamento como pessoa física e pessoa jurídica. A relação que faço não diz respeito ao momento econômico, mas sim à cultura financeira do brasileiro em geral”, pontuou.
Com relação ao local onde a reserva financeira é guardada, 44% dos paraibanos proprietários de empreendimentos responderam optar pelo uso da conta poupança e 29% revelaram ter preferência pela utilização de conta corrente. Outros 19% disseram investir em aplicações financeiras, 8% optam pela aplicação no próprio negócio, 7% guardam em casa, 3% investem em imóveis e 2% compram mercadorias.
Em observação a esta preferência indicada pelos dados, Antônio Neto explica que é preciso estudar o cenário econômico para ter ciência do melhor rendimento e investir cada vez mais no processo de educação financeira. “As opções de investimento são as mais diversas possíveis, respeitando exposição a risco, liquidez e rentabilidade, conforme o perfil de cada pessoa. Investir em negócios é aplicar finanças na prática e tem relação direta com taxa básica de juros, custos de oportunidade, gestão de estoques, valor do crédito e gestão de receitas. O Sebrae possui uma série de soluções em finanças para auxiliar os empreendedores a tomar a melhor decisão, que sempre será única, conforme seu perfil de risco e tipo de negócio”, concluiu Antônio Neto.
O levantamento revela ainda que menos da metade dos donos de pequenos negócios no país, em média 44%, não conseguiram fazer economia nos últimos seis meses. Em proporção, a pesquisa revela uma dificuldade de economia maior entre os microempreendedores individuais (MEIs), observando o percentual de 38%, enquanto os negócios identificados como microempresas (ME), 53% conseguiram poupar recursos. O maior percentual de economia, sendo 58%, foi registrado na categoria de empresas de pequeno porte (EPP).