Sete em cada 10 mulheres que empreendem em Mato Grosso têm o negócio como principal fonte de renda do seu lar, ou seja, elas são arrimo de família, mesmo a maioria (70%) sendo casada ou vivendo em uma união estável.
36,32% delas têm idade entre 36 a 45 anos, e 26,3% se encontram na faixa etária entre 46 e 55 anos. Apenas 3,6% têm entre 18 e 25 anos e 2,8% acima de 66 anos.
Os dados estão na pesquisa Empreendedorismo Feminino em Mato Grosso, feita pela Gerência de Inteligência Estratégica do Sebrae MT e divulgada na segunda-feira, 7, véspera do Dia Internacional da Mulher.
No período entre 17/01 a 21/02, foram ouvidas 603 mulheres empreendedoras em MT, donas e/ou sócias de empresas.
A coordenadora da pesquisa, Valéria Calisto, destaca o fato das empreendedoras ouvidas demostrarem um alto grau de positividade, inclusive em relação ao futuro.
“As palavras mais citadas pelas empreendedoras para se definirem são persistente, batalhadora e determinada”, aponta Valéria, acrescentando que se surpreendeu com o resultado, visto que em pesquisas anteriores, com públicos amplos, o mais comum é uma posição menos otimista.
Quanto ao futuro, as principais perspectivas apontadas para os próximos cinco anos são crescer, melhorar espaço físico e aumentar a carteira de clientes – 77% dentre as empreendedoras entrevistadas sempre buscam aumentar o leque de consumidores. Elas querem filiais, novos produtos, gerar mais emprego e seguir em busca de melhorias constantes.
Sobre seus principais atributos como empresárias, a maioria (55%) aponta o atendimento como a maior qualidade delas. Para a diretora técnica do Sebrae MT, Eliane Chaves, isso é muito importante. “Para o cliente é valioso saber que tem uma pessoa por traz daquele negócio. Faz toda a diferença”.
Ainda neste quesito, 18% das entrevistadas apontam a produção como seu maior atributo empresarial, e 16% citam a organização.
Em relação ao tempo dedicado ao negócio, 37% das empresárias trabalham de 7 a 8 horas por dia e 30% passam 11 horas ou mais do dia dedicadas à empresa. A maioria (64%) não tem sócios e normalmente empregam de 2 a 5 pessoas.
Há uma prevalência do modelo presencial – 43% e atua exclusivamente dessa forma e 47% possuem negócios mesclando online e físico. Mesmo com a pandemia tendo causado a aceleração da transformação digital das empresas e a tecnologia sendo uma grande aliada de vendas, a maioria das empreendedoras (53%) vende seus produtos e serviços de maneira presencial, embora 35% possuam redes sociais das empresas.
Outro ponto levantado pela pesquisa é sobre a motivação para empreender e 20% das mulheres mato-grossenses decidiram iniciar seus próprios negócios por necessidade de obter renda. 19% têm como o principal motivo de empreender fazer o que gosta e outros 19% decidiram abrir seu negócio para ter liberdade e autonomia. Para 17% a motivação foi a realização de um sonho e 15% abriram uma empresa a partir da percepção de uma oportunidade.
Entre os maiores desafios enfrentados por elas estão: acesso a linhas de crédito (21,07%) e as altas taxas de juros (17,75%). Mesmo assim; a maioria (60%) das entrevistadas nunca precisou recorrer a um empréstimo. Dentre as que afirmaram que SIM já recorreram a um empréstimo, o principal motivo foi para realizar novos investimentos no negócio (50%).
Outras dificuldades apontadas são vendas de produtos e serviços (19,57%); taxas e juros altos (17,75%); conciliar o empreendimento com a família (15,72%). Em menor escala surgem maternidade e trabalho (7,17%) e discriminação de gênero no mundo dos negócios (4,92%).
Para 34% das empreendedoras a crise da pandemia NÃO trouxe mudanças e para 28% foi necessário implementar mudanças para continuar o funcionamento do negócio e 17% precisou inovar nos produtos e serviços no período de crise.

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