Maratona de programação exclusiva para mulheres tem apoio do Sebrae e acontece até a próxima segunda-feira, em João Pessoa
Cerca de 100 mulheres, entre estudantes do ensino médio/médio técnico e ensino superior da Paraíba estão participando do Hack@Power, uma maratona de programação e tecnologia voltada exclusivamente para o público feminino. O evento começou neste sábado (15) e é uma das ações do Hub Farol Digital, com realização do Sebrae/PB, Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Instituto Federal de Educação (IFPB), além de empresas parceiras. As atividades acontecem até a próxima segunda-feira (17), na Capital.
Dentro da programação deste sábado, as participantes receberam as primeiras orientações e mentorias e já começaram a desenvolver os projetos, que serão apresentados na próxima segunda-feira. As propostas serão avaliadas por uma banca examinadora e as melhores soluções serão premiadas.
A analista do Sebrae/PB e integrante do Hub Farol Digital João Pessoa, Rafaella Catão, elogiou a participação das estudantes e lembrou que o evento, além de fomentar o ensino de ciências e inserção das mulheres na área de tecnologia, também é um incentivo ao empreendedorismo feminino. “É um momento bacana de uma entrega que o Farol Digital está proporcionando para João Pessoa e para a Paraíba, com apoio do Sebrae e de várias instituições parceiras, como a UFPB, IFPB, TRT. No momento em que a gente coloca essa maratona à disposição, começamos a pensar em soluções que essas meninas podem desenvolver através desse trabalho para que elas comecem a pensar em oportunidades. Além de trabalhar em uma empresa, elas podem empreender. É uma forma de fomentar o empreendedorismo e dar novas oportunidades a essas estudantes”, frisou a analista.
O presidente do TRT-13, desembargador Thiago Andrade, destacou a importância do evento para a inserção das mulheres no mercado de trabalho, sobretudo na área da tecnologia e ciências exatas. “Temos uma luta de inclusão de gênero no mercado de trabalho. É necessária uma união do setor público, do setor privado, da comunidade em geral para superarmos as barreiras do machismo estrutural e incluirmos as meninas e mulheres no mercado de trabalho, sobretudo nas áreas de tecnologia que tem menos acesso do público feminino e onde há a maior discrepância entre homens e mulheres no mercado”, disse.
Orientações – Até a próxima segunda-feira, as participantes vão desenvolver soluções para os desafios que integram os eixos de inclusão, sustentabilidade e empregabilidade e receberão mentorias de especialistas e orientações para os seus projetos, que devem ser apresentados ao final do evento. Um dos mentores das equipes, Ronaldo Farias, lembrou que os melhores trabalhos serão premiados. Entre os benefícios estão bolsas para participar do Space Apps Challenge, um hackathon internacional de 48 horas de duração promovido pela Nasa para a construção de soluções para problemas reais, usando dados abertos da instituição. O evento terá um núcleo em João Pessoa e acontecerá ainda este ano.
Com certa experiência em programação e hackathons, a equipe Sapiens, composta por estudantes do ensino médio técnico da Escola Estadual Francisco Martiniano da Rocha, em Lagoa Seca, no Brejo paraibano, está desenvolvendo uma plataforma voltada às artesãs que queiram vender seus produtos pela internet e também incentivar essas mulheres a terem a sua arte como trabalho principal. “A nossa solução vai funcionar como uma rede de apoio monetizada. Através do Instagram haverá um link para um site onde as artesãs vão expor os seus produtos, matérias-primas, materiais sustentáveis ou ainda oferecer sua mão de obra. Nós queremos incentivar o empreendedorismo e fazer com que essas mulheres tenham uma renda principal através do artesanato”, explicou uma das integrantes da equipe, Eduarda Vital.
O evento também contou com estudantes do ensino superior, como é o caso da equipe Aramitas, formada por cinco alunas do curso de designer gráfico do IFPB. Elas estão desenvolvendo um aplicativo que vai auxiliar nos estudos para processos seletivos, como o Enem e vestibulares, para estudantes em situação de vulnerabilidade social ou com alguma dificuldade de aprendizagem. De acordo com Yasmin Peroton, uma das idealizadoras do projeto, a ideia é que os usuários, ao entrar no aplicativo tenham conteúdos e orientações de estudos de forma personalizada, de acordo com sua necessidade. “Nós desenvolvemos essa solução para fazer as pessoas se interessarem nos estudos em um ambiente de maneira saudável e humanizada. É uma plataforma de ensino inclusiva e a solução foca na personalização do seu estudo. A pessoa cria o perfil dentro do aplicativo e a solução vai indicar, a partir disso, a melhor forma de estudo para esse usuário”, completou a estudante.
Programação – Neste domingo (16), as atividades serão realizadas remotamente. As soluções deverão ser finalizadas e submetidas até às 14h. Depois desse prazo, os trabalhos serão avaliados pela banca examinadora. Já na segunda-feira, as atividades voltam a ser presenciais, no auditório do TRT-13, na capital, e, além da apresentação dos trabalhos, as estudantes participarão de palestras e mesas redondas com especialistas na área de ciência, tecnologia e empreendedorismo. A programação completa está disponível no link: https://sites.google.com/view/hackapower/programa.