Levantamento do Serasa realizado em janeiro deste ano indica que mais de 70 milhões de brasileiros estão inadimplentes. Outra pesquisa, realizada em conjunto pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), revela que 11% da população já caiu em golpes financeiros, como esquemas de pirâmide, por exemplo.

 

Para o professor Denis Henrique da Conceição, docente da EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Luiz Olinto Tortorello, uma das explicações para esse cenário é clara: a falta de Educação Financeira. “O nosso país ficou na 74ª posição no ranking de Educação Financeira, do qual participaram 144 países. Ficamos atrás de países muito mais pobres do que o nosso (o Brasil é, atualmente, a 12ª maior economia do mundo), como Madagascar e Zimbábue!”, observa Conceição.

 

Professor de Ciências e estudioso do setor financeiro há cerca de 11 anos, ele decidiu mudar essa realidade: em 2021, criou um projeto de aulas de Educação Financeira voltado para alunos do Ensino Fundamental II e o apresentou à diretora da escola, Marselli Gonçalves.  As aulas são opcionais, oferecidas no contraturno do período regular.

 

“Quando realizamos a primeira turma, estávamos ainda com aulas remotas, devido à pandemia de covid-19. A gente se perguntou se haveria interesse dos alunos, e nos surpreendemos com a participação”, lembra a diretora. Das 25 vagas iniciais oferecidas, 17 alunos chegaram até o final das aulas online. O sucesso da primeira turma fez o professor estender o projeto.

 

Hoje, organizando a terceira turma do curso, em modo presencial, o professor já conta com assistência garantida, como a do aluno Maximus Duarte dos Reis, do 8º ano, que participou da segunda turma e quer, agora, com 13 anos de idade, aprimorar sua carteira de investimentos. “Quando comecei a participar das aulas, achei que era uma ideia boa. No aniversário e no Natal eu ganhei algum dinheiro e queria poupar”, diz o aluno, mais conhecido como Max.

 

Ele conta que depois que começou a participar das aulas tornou-se ainda mais cuidadoso com seu dinheiro. “Pesquiso muito antes de comprar alguma coisa”. Agora, por exemplo, Max tem um celular de 2016 e está economizando para comprar um modelo melhor. “Mas não precisa ser de última geração”, adianta. “Não quero um modelo muito caro.”

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