Nas escolas municipais de São Caetano, a leitura não é apenas uma atividade complementar do ensino de Língua Portuguesa. Com a ampliação da carga horária adotada no ano letivo de 2023, Leitura tornou-se um novo componente do currículo obrigatório, juntamente com Educação Digital e Inglês, em todos os anos do Ensino Fundamental.

“O componente curricular Salas e Espaços de Leitura busca trazer os estudantes a um convívio real com a leitura, tendo a literatura como eixo articulador, primando pela bibliodiversidade e o diálogo com outras manifestações artísticas”, explica a educadora Mariana Sales, diretora do Cecape (Centro de Capacitação dos Profissionais da Educação) Drª Zilda Arns.

Segundo a diretora, o Cecape desenvolveu um plano formativo, que busca capacitar todos os docentes mediadores de leitura das escolas. “A formação teve início no começo do ano letivo e ocorre mensalmente, com o intuito de nortear o trabalho desenvolvido pela rede municipal de São Caetano do Sul.”

O diretor da EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Professor Olyntho Voltarelli Filho, Emerson Edélcio Jenidarchiche, conta que o aumento do tempo dedicado à prática de leitura na escola já começa a surtir efeitos. “Percebemos que alguns alunos já começam a adquirir o hábito de ler”, comemora Emerson.

Para motivar ainda mais o gosto pela leitura, as escolas adotam diferentes estratégias. A EMEF Prof. Olyntho Voltarelli Filho, por exemplo, está desenvolvendo o projeto Indicação Literária para a turma do 5º ano. Neste projeto, os próprios alunos indicam livros aos colegas: “Cada aluno diz o livro que leu na semana e divide as observações com os amigos”, explica o diretor.

Na EMEF Décio Machado Gaia, a turma do 2º ano A realizou a leitura do livro Um jardim assim que eu quero pra mim…, unindo ciência e literatura. Os alunos participaram de uma roda de leitura ao ar livre e puderam investigar as formas de vida existentes no jardim da escola.

Nas EMEFs Senador Fláquer e Professor Rosalvito Cobra, o último sábado (15/4) foi dia de Feira Literária, evento que envolveu os alunos e os familiares em atividades literárias, artísticas e culturais.

Bibliotecas e espaços de leitura confortáveis, bonitos e bem iluminados, e um acervo diversificado de títulos dão o suporte necessário a todas as iniciativas de leitura nas escolas.

PRIMEIROS ANOS

Na Educação Infantil, a literatura também está presente desde o Berçário. Ouvindo, contando, desenhando ou dramatizando histórias, os pequenos começam a desenvolver o gosto pelos livros.

Na EMEI Rosa Perrella, a professora Olga Pissarro Marcelli encanta os alunos com histórias contadas com diferentes recursos: fantoches, teatro de sombras, dramatizações com as próprias crianças vestidas como os personagens da história. Ela cria momentos mágicos, que ficam gravados na memória afetiva dos pequenos.

Contar histórias também é uma atividade bastante valorizada na EMEI Luiz José Giorgetti. E no último dia 29 de março, a escola pôde contar com uma escritora falando da própria criação:  Sandra Braik, autora do livro recém-lançado O biscoito da sorte azarado, é mãe de um dos alunos da escola e fez a gentileza de participar da sessão de contação de histórias.

Já na EMEI Inês dos Ramos, o projeto Histórias INÊSquecíveis convida os próprios alunos, de 3 a 5 anos de idade, a recontarem as histórias que aprenderam na escola. As histórias narradas pelas crianças são gravadas e se transformam em podcasts que ficam à disposição em canais de streaming, encantando os ouvintes mais fiéis: as famílias dos pequenos.

É dessa forma, envolvendo as crianças e as famílias no universo da literatura que a Secretaria de Educação forma e incentiva leitores, desde os primeiros anos da formação escolar. Nas aulas regulares e nas atividades extracurriculares, a leitura estimula a criatividade, aprimora a escrita e o vocabulário, contribui com a formação de autonomia, espírito crítico e o aprendizado de todas as outras disciplinas. “O componente curricular Salas e Espaços de Leitura constitui-se um espaço de integração dos princípios do currículo e das diferentes áreas do conhecimento”, destaca Mariana Sales, diretora do Cecape.

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