Em aproximadamente 40 horas de maratona, nove soluções de base tecnológica para a cadeia produtiva do leite foram desenvolvidas. As soluções foram criadas durante o Hackathon Agroleite, realizado de 4 a 6 e agosto, na sede do Senai, em Ponta Grossa. O evento foi realizado pelo Sebrae/PR e Castrolanda, com o apoio do Senai, IBM e Net Claro, e patrocínio da Alegra Foods, e antecipou o Agroleite 2017, evento técnico voltado a todas as fases da cadeia do leite, que acontecerá de 15 a 19 de agosto, em Castro.

A maratona atraiu 40 participantes, entre designers, programadores, desenvolvedores e profissionais do agronegócio e da cadeia produtiva do leite. As nove soluções propostas ganharam também um viés de mercado, a partir da orientação de mentores das áreas, auxiliando as equipes no modelo de negócio e nas formas de monetização, principalmente junto aos produtores e cooperativas de leite de todo o país. Ao todo foram nove equipes que trabalharam soluções para aumentar o nível e gestão econômica, financeira e técnica das propriedades, além de buscar a melhoria no acesso às informações e capacitação de produtores. Tudo focado nos benefícios para a cadeia produtiva em geral e para o consumidor final.

Os três primeiros colocados receberam prêmios em dinheiro e terão consultorias pelo Sebrae/PR, além da pré-incubação na UTFPR e da possibilidade de parceria com a Castrolanda, para os testes de suas soluções. A equipe que obteve maior pontuação foi a “Internet of Cows’, com a solução Sistema de Monitoramento Integrado. A proposta, conforme explica Lucas Ramon, um dos integrantes da equipe, é influenciar no bem-estar dos animais e, consequentemente, na produtividade, o que vai gerar lucro para o produtor.  “Nos esforçamos para ganhar, focamos no lado operacional e o fato de termos engenheiros na equipe ajudou”, conta. A expectativa é desenvolver o projeto piloto na região.

A segunda colocada foi a “Muh”, solução criada com o objetivo de otimizar o tratamento e interpretação dos resultados nas ferramentas já existentes, o que pode impactar diretamente no aumento da produtividade, qualidade e rentabilidade do produtor. “A ferramenta interativa pode ser acessada pelo produtor e ele obter orientação de maneira prática, rápida e específica pelos assistentes virtuais”, explica o integrante da equipe, Augusto Alfred Meierjürgen.

A terceira colocação ficou para a solução “Look Leite – De olho na qualidade do leite”. A ideia é facilitar a gestão da produção leiteira através da compilação de dados obtidos pelo Web+Leite e outros dados do dia a dia do produtor, utilizando ferramentas, sistemas e sensores para otimizar a mão de obra e garantir a qualidade do leite produzido.  “A equipe contou com o expertise de três médicas veterinárias. Certamente vamos trabalhar com o projeto piloto e aprimorar o projeto”, pontua Daniel Skorski, um dos criadores do projeto.

Na avaliação da consultora do Sebrae/PR e gestora do programa de Startups na região, Thaise Amaral Orita, as soluções desenvolvidas no evento superaram as expectativas. “As ideias que surgiram são maduras e baseadas em problemas reais que foram apresentados pela Castrolanda para evento. São projetos inovadores, com elevado potencial de crescimento e que têm tudo para ganhar mercado”, diz.

Para a consultora, o fato de ter uma temática específica para cada hackathon ajuda de forma eficaz determinado setor. “Os hackathons seguem uma metodologia com foco na inovação e as equipes buscam as soluções de forma disruptiva, para agregar valor a um setor específico. O agronegócio tem alta demanda de tecnologias e os participantes foram diretamente nas dores da cadeia produtiva do leite. Então é um setor expressivo e que tem muitos desafios. As equipes do hackathon estão agora ansiosas para testar os produtos desenvolvidos e terão todo apoio do Sebrae com consultorias, workshops, participação em eventos de inovação, além do contato com com mentores, como da Endeavor, para que possam se inserir no mercado e obter crescimento”.

O coordenador de Tecnologia da Informação da Cooperativa Castrolanda, Luiz Fernando Frederico, reforça que a maratona, que teve quase 40  horas, permitiu a evolução dos projetos. “Foi uma iniciativa sensacional e que vem de encontro às soluções tecnológicas para a atividade da pecuária leiteira. Queremos ver esses projetos ganhando mercado e no que estiver ao nosso alcance, vamos apoiar”, considera.

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