Levantamento realizado em parceria com Sebrae/PR indica que região se destaca pelos recursos empregados em inovação

Com o objetivo de identificar e compreender o atual cenário da inovação na região Oeste do Paraná, o Sistema Regional de Inovação (SRI), em parceria com o Sebrae/PR e Programa Oeste em Desenvolvimento, formulou um Caderno de Indicadores de Inovação na região. O material, de caráter inédito, foi produzido com base em levantamentos conduzidos por um grupo de trabalho composto por profissionais de diferentes instituições públicas e privadas. Foram definidos 15 indicadores agrupados nas cinco temáticas do Sistema Regional de Inovação Oeste, sendo elas: cooperação, recursos, empreendedorismo inovador, educação e políticas públicas.

Para a definição dos indicadores, foram utilizados critérios específicos como facilidade na obtenção de dados; anualidade; comparabilidade para análise de evolução; foco nos resultados e não apenas nos esforços; estímulo à inovação; possibilidade das instituições analisarem a eficácia dos programas; motivação aos empreendedores e instituições à busca de recursos e oportunidades de fomento para solucionar os desafios regionais, sendo que o Caderno não pode gerar custos no processo de obtenção de dados.

“Desde o começo das reuniões do SRI, percebíamos a necessidade de compreender o cenário da inovação regional. Com o material, conseguimos monitorar o impacto da inovação na região. Ao final, diante dos resultados, o que mais nos chama a atenção é que o volume de recursos empregados na inovação é significativo, mas outros critérios como a graduação de startups, ou seja, quando essas empresas se tornam capazes de se desenvolverem sozinhas, precisa melhorar”, indica o consultor do Sebrae/PR, Alan Debus.

Os indicadores, segundo a metodologia escolhida para análise dos dados, medem o resultado obtido com as ações, e não o esforço para a promoção das iniciativas. Um dos exemplos é no setor de empreendedorismo inovador: segundo o Caderno, os resultados indicaram que no ano de 2018, onze empresas foram criadas em pré-incubadoras (nove na Fundação Parque Tecnológico Itaipu e duas na PUC Toledo). Destas, porém, nenhuma conseguiu graduar, ou seja, obter autonomia para se desenvolver sem o suporte das incubadoras. Números importantes que, segundo o vice-coordenador do SRI, Clédio Marschall, servem para mostrar os principais desafios que deverão receber mais atenção nos próximos anos.

“Com a finalização das análises, conseguimos ver com clareza quais são os pontos que merecem mais ou menos esforço. Para isso, o trabalho se deu em três etapas: primeiro, fizemos um diagnóstico para compreender o cenário atual da inovação regional; depois, traçamos as metas e as posições que queremos ocupar e, por último, definimos quais estratégias poderemos lançar mão para atingir os objetivos”, detalha Clédio.

Para Jadson Igor Siqueira, que irá assumir a coordenação do SRI no ano de 2020, o material desenvolvido é uma boa base para nortear quais serão os projetos de maior ou menor prioridade a partir de agora.

“É um documento importante para medir o progresso dos trabalhos desenvolvidos pelo SRI. Com ele, conseguimos direcionar as ações para melhorar indicadores e para analisar o que realmente tem sido efetivo. A ideia principal é associar o esforço empregado ao resultado gerado”, enfatiza Jadson.

Dessa forma, entre os planos para o próximo ano, estão previstas ações importantes como o mapeamento da jornada do empreendedor (a fim de entender quais são as maiores dificuldades do empreendedor que quer inovar e, assim, mostrar a ele quais são os caminhos possíveis na região); fortalecer eventos como o Link SRI (que promove a integração entre os atores envolvidos no Sistema) e pleitear, junto aos Ministérios da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o reconhecimento da região Oeste como um polo de inovação no agronegócio.

“É preciso mostrar que a nossa região gera muita inovação nesta área. Já montamos um grupo de trabalho que está preparando o documento que, em breve, será entregue ao Poder Público para mostrar que além de ganhar dinheiro com commodities, a região também ganha muito por meio da inovação agro”, finaliza Jadson.

O grupo pretende continuar desenvolvendo a análise dos indicadores para a formulação e atualização constante do caderno, além de criar grupos de trabalho focados, especialmente, na expansão dos Iguassu Valley, governanças do ecossistema de empreendedorismo com inovação alocadas em cidades como Cascavel, Toledo e Foz do Iguaçu.

Sobre o SRI
O Sistema Regional de Inovação é uma rede de atores que interagem para promover um ambiente favorável à inovação para o desenvolvimento regional. Dentre as principais ações, estão iniciativas que visam estimular, conectar e monitorar a implementação de projetos que podem auxiliar no fortalecimento do ecossistema de inovação.

Na região, o Sistema é formado por uma tríplice hélice, composta por Poder Público (responsável pelo fomento de políticas públicas que incentivem o processo de inovação), Instituições de Ensino (construtoras e difusoras do conhecimento científico) e empresas privadas (responsáveis por transformar o conhecimento puro em aplicado).

Segundo o levantamento realizado, no ano de 2018, o SRI contava com a participação de 240 micro e pequenas empresas inovadoras; 9 empresas âncoras; 117 startups; 15 instituições de ensino; 18 entidades de crédito e representantes do governo; 15 habitats de inovação e 21 instituições de ciência e tecnologia.

Dados importantes
De acordo com o Caderno de Indicadores desenvolvido pelo SRI, alguns dados são destaque: na região Oeste, os municípios de Cascavel, Toledo, Foz do Iguaçu e Palotina já possuem leis de inovação implementadas, que fomentam o acesso ao crédito por empresas inovadoras e a promoção de políticas públicas que fortalecem o ecossistema de inovação.

Outro dado diz respeito aos investimentos: no período de 2018, a captação de recursos financeiros para inovação por meio de editais de fomento e linhas de financiamento foi de mais de R$65 milhões. Na área específica das startups que estão incubadas e/ou aceleradas, houve o registro de mais de R$660 mil apenas em 2018.

Para ter acesso aos outros indicadores analisados pelo SRI junto ao Sebrae/PR e Programa Oeste em Desenvolvimento, basta acessar o site plataformasri.pti.org.br e clicar na aba “biblioteca”.

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