Relatório ‘Financiamento dos Pequenos Negócios no Brasil’ revela que principal motivo das solicitações é para obter capital de giro

Na Paraíba, em 2022, 75% dos pequenos negócios no estado solicitaram empréstimo novo em bancos. Desse total, 45% conseguiram o recurso. O principal motivo que levou os empresários a recorrerem às instituições financeiras foi obter capital de giro. As informações estão na pesquisa ‘Financiamento dos Pequenos Negócios no Brasil’, realizada pelo Sebrae. Mas quando é o momento certo de solicitar esse aporte financeiro?

 

Para responder a esse questionamento é preciso uma análise da real situação financeira da empresa, a necessidade de pedir empréstimo, pesquisa de linhas de crédito adequadas, além da capacidade de pagamento da empresa em honrar o compromisso com o banco. “É importante que as empresas se planejem para solicitar crédito, fazendo um levantamento da real necessidade, tanto para investimento fixo, como para capital de giro. Os nossos consultores, baseado nas informações fornecidas pelo empresário, vão verificar a capacidade de pagamento da empresa para que a pessoa possa honrar o compromisso. Uma boa gestão financeira é fundamental para o sucesso empresarial”, orienta a analista do Sebrae/PB, Márcia Timotheo.

 

A pesquisa do Sebrae revelou que 37% dos pequenos empresários paraibanos não conseguiram empréstimo, em 2022, e, entre os principais motivos apontados estão a falta de garantias reais e a alta taxa de juros. Contudo, se realmente for o momento de investir, Márcia Timotheo lembra que os empreendedores podem recorrer a linhas de crédito específicas para o perfil de cada negócio. “Se o empreendedor precisa de um empréstimo e não consegue por falta de garantia, existem linhas de financiamento junto a algumas instituições financeiras, tais como Caixa, Cooperativas de Crédito, que podem utilizar o Aval do Sebrae, Fundo de Aval para Micro e Pequenas Empresas, constituído com recursos do Sebrae Nacional e que foi criado para facilitar o acesso às linhas de crédito com instituições conveniadas. Dependendo do porte empresarial do solicitante e da modalidade de financiamento, o fundo pode complementar até 80% das garantias para o crédito solicitado”, lembra a analista.

 

Apoio – O Sebrae/PB atua junto aos pequenos negócios com a finalidade de melhorar o ambiente empresarial e garantir o acesso ao desenvolvimento de capacitações, consultorias e orientações de acesso a crédito. Neste último quesito está o trabalho dos agentes de crédito e finanças, que fazem consultorias de até quatro horas gratuitamente. “Disponibilizamos uma consultoria em gestão financeira, que é um serviço oferecido pelo Sebrae, onde a empresa recebe a visita de um consultor especialista, que fará um levantamento da situação atual da empresa, através de um diagnóstico, que possibilitará avaliar o atual estágio da gestão financeira e, dessa forma, propor melhorias através de um plano de ação”, acrescenta a analista Márcia Timotheo.

 

A pesquisa – O levantamento do Sebrae foi feito com 6.345 entrevistas com  Microempreendedor Individual (MEI), Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP). Os dados da Paraíba seguem a tendência do Nordeste e do país, que mostra que 61% do montante formado por donos de negócios dessas três modalidades recorreram a financiamentos ou empréstimos bancários nos últimos cinco anos e fizeram a solicitação diretamente, não utilizando a pessoa jurídica do negócio.

 

Outros dados – Conforme dados nacionais do relatório do Sebrae, a principal finalidade da empresa em pedir empréstimo é ter capital de giro (34%), seguido por reforma/ampliação do negócio (19%) e compra de mercadorias para revenda (16%). 

O levantamento também elencou o percentual dos empresários que não solicitaram novo empréstimo em 2022. Na Paraíba, o principal motivo é que a empresa não precisou (42%), 31% apontaram outras razões e 13% não gostam desse tipo de financiamento.

Já com relação à negativa dos bancos à solicitação dos empresários mostra que em 21% dos casos a recusa ocorreu porque a conta corrente (ou empresa) era muito nova, e 8% alegou que faltam linhas de crédito para o perfil do empresário.

 

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