Missão técnica foi organizada pelo Sebrae/PR e Sebrae/RO, e possibilitou disseminação de boas práticas

Um grupo de 20 pessoas ligadas à cadeia produtiva de peixes do estado de Rondônia estiveram em missão técnica no Oeste do Paraná. O intuito foi conhecer de perto questões ligadas ao associativismo no segmento, além das tecnologias aplicadas nos tanques de tilápia da região. O encontro aconteceu entre os dias 14 e 17 de agosto e reuniu, além de representantes do Sebrae/RO e Sebrae/PR, técnicos da Emater RO, produtores e integrantes de cooperativas de peixes dos municípios de Ariquemes, Porto Velho e Montenegro.

Segundo o gerente regional do Sebrae/PR no oeste, Orestes Hotz, a região se destaca no cooperativismo e tem chamado a atenção de outros territórios. “O agronegócio é muito forte no Oeste por conta da união de esforços entre cooperativas, cooperados e demais instituições que integram as cadeias produtivas. Mas isso tem acontecido, também, em outros setores por meio do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD), que também foi apresentado aos visitantes. Mesmo com realidades distintas, eles podem utilizar dos modelos de gestão associativa para melhorar resultados”, destaca.

Para a gerente regional do Sebrae em Ariquemes, Maria Cristina Marques, os exemplos vistos no oeste paranaense vão auxiliar na criação de uma governança para o projeto de piscicultura da entidade em Rondônia. “A região chama a atenção pela gestão cooperativista e esperamos, com o andamento do projeto, elevar a importância e competitividade das nossas cooperativas. Hoje, elas ainda estão com um foco associativista menor, realizando, basicamente, compras em conjunto. Viemos em busca de exemplos e modelos de gestão mais abrangentes”, contextualiza.

Apesar das peculiaridades territoriais, a comitiva da cadeia produtiva de peixes de Rondônia pode contatar, além da questão de gestão cooperada, exemplo de novas técnicas de criação. “A produção rondoniense é 95% voltada ao tambaqui, tendo, ainda, cultivo de pirarucu e pintado. No Oeste paranaense, o forte é a tilápia. Entretanto, podem usar das mesmas tecnologias nos tanques. Assim, o que vimos na região foi não só cooperativas engajadas, mas propriedades tecnificadas, organizadas e licenciadas”, enfatiza o coordenador do projeto de piscicultura do Sebrae/RO, Felipe Miguel Kreuz.

Durante os quatro dias, a comitiva de Rondônia participou de atividades nas cidades de Cascavel, Nova Aurora, Toledo, Maripá e Boa Vista da Aparecida. “Procuramos uma programação que mostrasse diferentes experiências, tais como nas cooperativas Copacol e Cooperçu; e em produtores de peixes tecnificados, que utilizam de equipamentos diferentes para produção e produção em tanques de rede em lago de usina. Além disso, também fez parte do cronograma uma visita a um frigorífico de abate de tilápias”, complementa o consultor do Sebrae/PR, Emerson Durso.

Vildemar Xavier Marques produz peixes em tanques há quatro anos e foi um dos representantes da Cooperativa de Pescadores e Produtores de Peixe do Estado de Rondonia (Coopescar), de Porto Velho. “O Oeste do Paraná nos chamou a atenção tanto em organização quanto em produção e uso de tecnologia na produção das tilápias. Nossa ideia é repassar o que vimos aqui e no que podemos melhorar. A gestão das nossas cooperativas será um dos pontos, assim como detalhes simples na melhoria da produção, que podem ser feitos de imediato”, comenta o piscicultor.

Outras duas cooperativas rondonienses estiveram presentes na missão técnica: a Associação dos Criadores de Peixe de Ariquemes e Região (Acripar), a Cooperativa de Produtores de Peixe de Monte Negro (Coopermon) e a Cooperativa dos produtores de peixe da região de Ariquemes (Coopemar). “As visitas técnicas provocaram um despertar no grupo, que volta a Rondônia com novas ideias e perspectivas muito positivas de desenvolvimento”, assinala Felipe Miguel Kreuz.

Na avaliação do atual presidente da Coopermon, José de Assis Barroso, a ideia é corrigir erros com base nas boas práticas que conheceram. “O próprio significado de existência da cooperativa, a relação de cooperação entre os piscicultores associados precisa ser compreendida. Já estávamos nos organizando, mas vimos que é preciso acelerar os processos e mostrar que cooperativismo não se faz sozinho, é preciso que todos os envolvidos, gestão da cooperativa e cooperados, estejam olhando na mesma direção”, declara.

Compartilhe nas redes sociais